45 conversinhas A busca

"A Busca": buscando renovações no cinema brasileiro?

4.4.13Igraínne

por Igraínne Marques
- "A Busca" (2013)
- Direção: Luciano Moura
- Roteiro: Elena Soarez e Luciano Moura.
- Atores: Brás Antunes, Wagner Moura, Mariana Lima
-  Drama - 12 Anos  - 96 min. - Trailer
- Nos cinemas brasileiros desde 15 de março de 2013











Mini-crítica: 
"A Busca" é um filme nacional protagonizado por Wagner Moura. Muito diferente do que eu esperava - mesmo - é um filme que faz pensar. Não só por conta da história, mas principalmente porque é um filme brasileiro. Com um enredo simples e direto que pode ser resumido em uma linha - a busca de um pai pelo filho -, os personagens viajam numa angústia e numa adrenalina que te envolve a tal ponto que quase te faz ter vontade de gritar. Definitivamente, não é um drama qualquer, e eu diria que não é "só" um drama, é uma aventura, e uma aventura muito real, diga-se de passagem.

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Eu nem ia assistir a esse filme. Não porque é nacional (eu gosto de filmes nacionais, a não ser os de comédia clichê), mas porque não sou fã de chororô no cinema. E eu sentia que se assistisse "A Busca" eu ia acabar chorando em algum momento. Ledo engano. Acontece que não dá tempo de chorar. A coisa é tão bem construída, a adrenalina tá tão presente e às vezes seu choque é tamanho que não tem como você simplesmente começar a chorar. Porque quando você vê a cena mudou, o conflito cresceu, foi pra esquerda, direita, deu um looping louco que nem montanha russa.


Eu venho dizendo por aí que esse é um filme inovador. Não só no cinema brasileiro, mas até nos filmes em geral. Quando falamos do campo cinematográfico daqui, pensamos em uma coisa, e quando assistimos a esse filme, encontramos outra. Eu ia fazer uma resenha convencional dele, mas o legal (mesmo) é você ir ao cinema sabendo só isso da história: que é a busca de um pai pelo filho. Eu não recomendo nem assistir ao trailer. Antes de entrar na sala do cinema, eu imaginava violência, sangue, sequestro, um monte de coisa, todas muito diferentes umas das outras. E no final... esperar isso me fez ver um filme muito (muito mesmo) melhor do que qualquer coisa que imaginei.

Porque nada nele parece muito clichê. Na verdade eu ousaria dizer que ele não é clichê em nenhum sentido. É só surpresa. Não é comédia sem graça, não é filme de ~~ sacanagem ~~ , não é filme sobre alguém que já morreu (como aquelas biografias tendenciosas que o cinema brasileiro insiste em fazer), não é filme sobre tiro e nem favela... É só... um filme. Muito mais simples e direto do que você esperaria.

Isso tudo me fez imaginar se o cinema tem tentado outros caminhos, algum que eu (mera ignorante no assunto*) não sabia nem mesmo que existia. Quero dizer, ok, é um filme sobre uma busca de alguém por outro alguém. O desespero de um pai ao saber que o filho sumiu. É claro que tem emoção, que tem tudo isso. Na verdade acredito até que o diretor tenha tentado ao máximo se focar nessa parte: no que esse pai tá sentindo e como ele vai reagindo aos próprios sentimentos, ao próprio desespero e às próprias descobertas acerca do sumiço do filho. Mas o que quero dizer é que é uma coisa simples. É um enredo simples, uma história gerada de apenas uma frase, entendem? Isso me faz pensar se existem outros filmes tão bons quanto esse que também podem ser tão simples a esse ponto: ao ponto de serem resumidos em uma única frase (e uma frase com nem 10 palavras).
*pretendo bater uns papos com a Lu.



Quanto aos personagens, eu quero realmente dar um destaque muito grande ao pai Théo (Wagner Moura) e ao filho Pedro (Brás Antunes). O contato deles e a relação conturbada me fez lembrar de como esse tipo de coisa é comum. Porque não dá muito para as famílias serem perfeitas, principalmente quando o filho é único - por mais que na vida real ele acabe sendo mimado na infância, depois é só dele que todo mundo fica cobrando resultados. Não tem outro filho para dividir a pressão. E a coisa piora quando os pais são separados ou estão se separando, como é o caso do filme.

Wagner Moura interpreta tão bem seu personagem que ouso dizer que ele me convenceu mais aqui do que em "Tropa de Elite". E Brás é um menino perturbadoramente familiar. Meu namorado (que viu o filme comigo) disse que até acreditou que eles eram pai e filho de verdade, porque a atuação era tão boa que começou a achar que os dois de fato se pareciam. Mas depois de algumas pesquisadas, descobri que Brás na verdade é filho do Arnaldo Antunes. Momento choque.  Isso porque ainda acho que não tem um único ator ruim naquele filme. Até a mãe, Branca (Mariana Lima), com quem eu impliquei no início, consegue crescer conforme os minutos vão passando.


Entendam, o filme não é perfeito. Há alguns erros pequenos e algumas coisas não resolvidas. Embora todas as cenas pareçam muito bem feitas, uma coisa que me incomodou um pouco foi o final. Não porque é ruim, mas talvez porque eu tenha ficado tão impressionada com o filme todo que quando o filme chegou no desfecho eu esperei um final à altura.

Sobre a nota: E mesmo assim, hoje ainda tenho vontade de dar 5 conversinhas. Eu acho que quando saí do cinema eu ainda estava com o final fresco, e por isso disse que daria umas 4 em vez de 5. Mas os dias passaram e eu continuei pensando na história, nos detalhes, em todo aquele mundo. Ficou grudado no meu cérebro tipo figurinha em álbum. E já que eu não queria dar 5 nem 4, decidi por 4,5. E marcando - como o Paulo costuma fazer - como favorito na listinha dos filmes que valem a pena serem vistos.

E não, isso nem é uma resenha convencional, embora eu jure que tenha tentado. Eu nem falei o que acontece direito na história. Porque essa é a graça: ir no cinema sem saber do que se trata ao certo. Só saber aquela frase que resume tudo: "a busca de um pai pelo filho".

(4,5/5 conversinhas)


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1 comentários

  1. Nem sabia que esse filme existia, mas fiquei com vontade de assistir, sempre gostei das atuações do Wagner Moura, e você me convenceu que a história deve ser vista.

    beijos, Lu

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